30 junho 2016

Livro do mês: Eu sobrevivi ao Holocausto - Nanette Blitz Konig


Detalhes do livro:
Autor: Nanette Blitz Konig
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Biografia
Ano: 2015
N° de páginas: 192

Prefácio: Como sobreviver a um campo de concentração? Estaria essa sobrevivência condicionada ao acaso do destino? Em um emocionante relato, Nanette Blitz Konig conta a história de um período em que ela e milhões de judeus foram entregues à própria sorte com a mínima chance de sobrevivência. Colega de classe de Anne Frank no colégio, Nanette teve a juventude roubada e perdeu a crença na inocência humana quando esteve diante da morte diversas vezes – situações em que fora colocada em virtude da brutalidade incompreensível dos nazistas. 
Hoje, aos 86 anos, Nanette vive no Brasil e expõe suas lembranças mais traumáticas aos leitores. As cenas vivenciadas por ela fizeram os mais experientes oficiais de guerra, acostumados a todos os horrores possíveis, chorarem ao tomar conhecimento. Em uma luta diária pela sobrevivência, Nanette deveria suportar o insuportável para manter-se viva. Através de um depoimento ao mesmo tempo sensível e brutal, ela questiona a capacidade de compaixão do ser humano, alertando o mundo sobre a necessidade urgente da tolerância entre os homens.


Olá amores e amoras,

Não sei se já cheguei a comentar aqui com vocês mas, se tem um assunto que me interessa, que me cativa, que me faz fazer pesquisas mesmo não estando mais na escola, é sobre o nazismo. Um acontecimento terrível, cruel e brutal, mas que de alguma forma tem sua importância na história da humanidade, e foi algo que nos marcou dolorosamente.]
Apenas pensar no sofrimento que os judeus e demais seres humanos passaram nessa época já me faz querer chorar e ficar de coração partido, com certeza!

Para nós parece que essa crueldade aconteceu em outra vida, não é mesmo? É difícil acreditar que o ser humano - não tão ignorante nos tempos de hoje - tenha feito tamanha sujeira, e é justamente isso que Nanette muda ao escrever seus relatos, ela mostra e afirma por tudo o que passou que houve toda essa brutalidade e como foi viver no meio desse caos e conseguir (por um milagre) sobreviver.

"Quem não viveu em um campo de concentração não pode imaginar que, mesmo quando você deixa o campo, o campo não deixa você, não há paz."

Nanette começa o livro contando como era sua vida, sua família, seu dia a dia antes de todo o terror começar. Após Hitler ter sido eleito, começaram os boatos sobre o extermínio de todos aqueles que não pertenciam a raça ariana - a tal "raça superior". 
Aos poucos os boatos começaram a ganhar vida, e as crianças (todas judias, afinal eles passaram a ser obrigados a estudar separadamente dos cristãos) com qual Nanette estudava começavam a desaparecer e ninguém entendia o motivo. 
Logo chegou a vez da família de Nanette e a mesma foi levada para um campo de transição chamado Westerbork, no qual todos já esperavam que aquilo só poderia piorar, foi quando eles foram levados para o campo de concentração Bergen-Belsen. Na verdade, Nanette e sua família tinha um tipo de "privilégio" (se tem como chamar qualquer coisa nessa época de privilégio).

"Às vezes, nós, seres humanos, tendemos a achar que não temos força para suportar determinadas situações que nos são impostas. No entanto, nos vemos diante delas e não há o que fazer além de seguir adiante. (...) há situações em que o insuportável se torna intransponível."



A partir da chegada ao campo de concentração as coisas só tendem a piorar, e o interessante e chocante é que Nanette conta detalhadamente todas as coisas que aconteciam no local, as doenças, dos maus tratos, a falta de higiene em todos os aspectos, a falta de itens básicos como uma toalha para se secar após um banho gelado em plena Alemanha, os medos, os traumas e perdas.
Nanette conta desesperadamente como era horrível ver pessoas esqueléticas por todos os lados, e pior, ter que ouvir o som da morte durante as noites, e depois ver milhares de corpos mortos.

"Conviver com a falta de higiene é algo que tira a dignidade de qualquer ser humano. Quando se é obrigado a viver em um ambiente desses,sente-se extremamente humilhado."

"Estar viva já se mostrava um milagre para mim, depois de tudo que havia passado. Ainda teria, porém, que lutar muito para sair daquele; sozinha, eu enfrentaria as piores situações e encararia a morte."

"Era um inferno viver em meio a tantos cadáveres espalhados ao seu redor, toda vez pensava com desespero: "Meu Deus, também farei parte dessas pilhas? Vou ser a próxima a morrer e a ficar jogada dessa forma, como um nada, como alguém sem nome?"."

Em Bergen-Belsen, após muito tempo passando por 1001 dificuldades e horrores, Konig consegue reencontrar Anne Frank, no qual conheceu na época em que ainda estava na escola junto com todos os judeus. A mesma conta em seu livro quanto ficou maravilhada e feliz ao reencontrar um rosto conhecido depois de tantos desconhecidos e a morte de seus familiares, porém esse primeiro reencontro foi de longe, pois as duas estavam separadas por uma enorme parede de arame farpado. 

"E foi assim que um dia caminhei pela área externa da barraca e me aproximei da cerca de arame farpado que me impossibilitava de seguir para outros lugares do campo. Do outro lado da cerca, avistei e reconheci um rosto que me parecia familiar: era Anne Frank!"



Nanette chegou a ficar puro osso, no final da guerra chegou a estar pesando 31 quilos e isso com 16 anos, com todos seus hormônios mau desenvolvidos.
Já no 7º capítulo do livro Nanette começa a contar sobre a libertação de Bergen-Belsen, e bom, nessa época - 1945 - Anne Frank já não vivia mais.
Pelo o que Nanette conta, Bergen-Belsen era o pior campo de concentração (depois de Auschwitz), no qual ficou conhecido como "O Campo do Horror", afinal haviam ali milhares de pilhas de cadáveres por todos os lados, e os sobreviventes não pareciam muito diferentes.

Quando houve a libertação dos sobreviventes, os soldados tentaram ajudar na melhor forma possível, porém como os sobreviventes estavam muito debilitados e esfomeados e nada melhor que a própria Nanette para explicar esta situação:

"Como os combatentes britânicos não estavam acostumados a lidar com desnutrição extrema, ou talvez nem tivessem consciência do tamanho da catástrofe que havia ali, não passou pela cabeça de ninguém que aquela comida poderia ser prejudicial para nós. Por causa daquela comida, muitas pessoas morreram. (...) algumas pessoas estavam tão fracas que seus corpos não suportavam a quantidade de calorias sendo dirigida de uma vez."

Após ter sido socorrida, quase morta, Nanette começa relatar em seu livro em como foi seus anos de recuperação e como fez para recomeçar sua vida do buraco, mais uma vez ela detalha cada pedaço de sua vida.

Com certeza esse livro foi uma compra bem gasta, aprendi muito com o relato dessa sobrevivente, é chocante, é horrendo saber por tudo o que ela e todas as pessoas passaram, mas saber do horror é bom para que não deixemos que tudo isso volte a tona a acontecer a qualquer pessoa. 

"Espero que todos os jovens e todas as pessoas possam desfrutar de uma vida feliz, sempre exercitando a tolerância e o respeito ao outro."

Até a próxima amoras,
Beijos. 













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